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Foto: Ivaldo Cavalcante. Arte: Ana Grilo/Secom UnB.

 

Texto: Vanessa Vieira, editora

 

A comunicação é instrumento importante para o fortalecimento da democracia, ao trazer para o debate público questões de interesse social, como a garantia de direitos fundamentais. Enquanto veículo de jornalismo científico e cultural, a revista Darcy não se furta a esse papel, que também é parte da missão da Universidade. Nesta edição 25, trazemos um Dossiê (a partir da página 14) sobre as desigualdades no mundo contemporâneo, contribuindo, por meio do conhecimento científico, para qualificar este importante debate na esfera pública.

 

Cabe esclarecer que, ao discorrer sobre o assunto, a Darcy não se propõe a deslegitimar a diversidade de culturas, modos de vida, tradições, conhecimentos. As diferenças são positivas, bem-vindas e necessárias ao progresso das sociedades. A publicação refere-se precisamente às discrepâncias que limitam os indivíduos de vivenciarem suas potencialidades únicas. Exemplo disso é a crescente disparidade de renda que restringe garantias básicas para o pleno exercício da cidadania à grande parte da população.

 

A equipe da Darcy dedicou-se com afinco à produção de reportagens que trazem um panorama atual da temática, deixando evidente o que há de perverso: enquanto o 1% mais rico do mundo concentra quase o dobro da riqueza de 92% da população, milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. O tema é desdobrado para abarcar os impactos que a pandemia de covid-19, ainda tão presente em nosso país, pode desencadear nos campos da saúde, da educação e da cultura. A revista também abre espaço para especialistas apontarem possíveis soluções na construção de um Brasil menos desigual.

 

Se as estatísticas da desigualdade trazem números cuja ordem de grandeza é até difícil de assimilar, ao mesmo tempo essa equação é bem clara: trata de uma só criança, uma só mulher, um só homem, um só idoso. Por trás desse imenso universo matemático, estão seres humanos únicos, com sonhos e potencialidades singulares, mas que infelizmente têm como ponto comum em suas trajetórias a falta de renda, de oportunidades, de garantia de direitos fundamentais à sua plena cidadania.

 

O retrato tão individualizado dos contrastes sociais ganha forma com o trabalho do fotojornalista Ivaldo Cavalcante no Ensaio Visual (página 56), cujas imagens dão visibilidade a pessoas em situação de rua, crianças abandonadas, usuários de drogas e outras vítimas das tragédias cotidianas. Não ficou de fora a reflexão sobre disparidades de gênero no mercado de trabalho, contemplada na Entrevista (página 40) à pesquisadora e cineasta Tânia Fontenele.

 

O protagonismo científico da UnB, em parceria com instituições do país e do exterior, consta em reportagem (página 50) sobre o desenvolvimento de produtos nanotecnológicos, com potencial anticâncer, obtidos a partir da goiaba vermelha. A seção Arqueologia de uma ideia (página 12) traz um curioso registro de como surgiu o maior sistema público e gratuito de saúde do mundo, o SUS.

 

Boa leitura!