Respostas e enfrentamento
Foto Murilo Abreu
Marina Simon
O ano de 2020 foi possivelmente um dos mais desafiadores dos últimos tempos.
Lamentavelmente, tivemos uma quantidade impressionante de perdas de vidas humanas em um curto espaço de tempo. Desde os primeiros casos de covid-19, em novembro de 2019, já são mais de 11,5 milhões de mortes no mundo. Só no Brasil, são mais de 180 mil – número que não para de subir –, colocando o país no segundo lugar mundial em óbitos, atrás somente dos Estados Unidos.
Quem iria imaginar viver algum dia tragédia desta magnitude? Vidas alteradas, rotinas, relações humanas, estudos, trabalho. Nada e ninguém escapou em nenhum lugar do planeta. Ressignificar hábitos e reforçar a resiliência foram premissas obrigatórias de sobrevivência. Acreditar na ciência e seguir recomendações de especialistas também se mostraram atitudes imprescindíveis em meio a tantas incertezas.
Neste contexto, assistimos, mais uma vez, ao protagonismo fundamental das universidades e dos centros de pesquisas, que estão à frente de trabalhos importantes para minimizar, prevenir e atenuar os danos causados pela crise sanitária que assola o mundo.
A Universidade de Brasília é um desses atores-chave, que não parou durante a pandemia. Desde a notificação dos primeiros casos ainda na China, a UnB se antecipou-se e criou um comitê gestor para elaborar o plano de contingência da instituição. Além de um semestre letivo 100% remoto, nos quatro campi, professores, pesquisadores, estudantes e colaboradores reuniram e reúnem esforços num movimento de resposta e enfrentamento à pandemia.
São atividades de pesquisa, inovação e extensão, que contemplam o estudo do vírus e de tratamentos; pesquisas epidemiológicas; testes clínicos e aplicativos; iniciativas de educação e comunicação, e ações com populações vulneráveis. No total, mais de 170 pesquisas em andamento em 14 diferentes categorias, contempladas nos editais da Universidade voltados para a temática. Uma amostra desse esforço pode ser conferida neste número especial da revista Darcy.
Esta nova edição está inteiramente dedicada à temática da covid-19. Fazemos reflexões e análises aprofundadas sobre as causas e os impactos de uma pandemia, do ponto de vista social, histórico, econômico, ambiental e das políticas públicas. Trazemos ainda, na entrevista da edição, assunto muitas vezes subestimado; a saúde mental nesses tempos difíceis. Professores colaboraram com artigos sobre os testes clínicos que a UnB realiza para testar a eficácia da vacina da Sinovac e também sobre o complexo mundo dos vírus.
Foi um grande privilégio poder publicar, no ensaio visual, uma amostra do relicário virtual de histórias de mulheres vítimas da covid-19 que a professora Débora Diniz está fazendo em mídia social, em conjunto com o artista visual Ramon Navarro. São textos criados com base em notícias sobre mulheres comuns de vários lugares do Brasil e colagens sobre fotografias antigas de mulheres igualmente anônimas. Certamente, uma comovente homenagem a todas as vítimas da covid-19 e seus familiares.
A edição número 24 da revista Darcy foi feita, excepcionalmente, de forma totalmente remota, adaptando-se aos novos tempos. Repórteres, diagramadores, designers, fotógrafos, revisores, editora e todos os envolvidos aceitaram esse desafio, e o resultado, querida leitora, querido leitor, você pode conferir agora. Em nome da equipe da Secretaria de Comunicação da UnB, desejo que todas e todos continuem se cuidando. E boa leitura!