Coronavírus, covid-19, Sars-Cov-2... entenda os termos usados atualmente
Texto Vanessa Tavares
Em fevereiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou oficialmente a doença causada pelo novo coronavírus de covid-19. A nomenclatura foi definida com base em diretrizes acordadas entre a entidade, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Em 2015, a OMS lançou um guia para nortear a nomeação de doenças1. O documento orienta que não se associe as enfermidades a nomes de localizações geográficas, nomes próprios, espécies de animais. Isso, a fim de evitar o impacto negativo no comércio, no turismo ou no bem-estar animal, ou ofender quaisquer grupos culturais, sociais, nacionais, regionais, profissionais ou étnicos.
As regras pedem também que o nome seja pronunciável e que estabeleça alguma relação com a doença. Por exemplo, utilizando termos descritivos, como “respiratório” ou “hepático”. No caso da covid-19, o nome é associado ao vírus causador, o Sars-Cov-2. Sars significa Severe Acute Respiratory Syndrome, Cov vem de coronavirus e 2 por sua semelhança com o vírus Sars-Cov, agente causador da epidemia de Sars, em 2002.
O coronavírus recebeu esse nome, pois faz parte da família Coronaviridae, que além do Sars-Cov, inclui também o Mers-Cov (Middle East Respiratory Syndrome)2. Em geral, a escolha do nome do vírus está relacionada à sua estrutura genética. No caso deste grupo, o nome está relacionado à sua estrutura em forma de coroa.
Já no H1N1, causador da influenza A, as letras correspondem às duas proteínas da superfície do vírus: H: Hemaglobulina e N: Neuraminidase. Atualmente são conhecidas três hemaglutininas (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases (N1 e N2) presentes nos vírus influenza A adaptados para infectar seres humanos. Porém, existem 15 tipos diferentes de hemaglutinina e nove tipos de neuraminidase.3
Covid-19 é formado, portanto, pelas palavras em inglês coronavirus disease (doença do coronavírus), e o número 19 representa o ano em que a doença surgiu. Resolvida essa questão conceitual, passemos à forma. Como é que se escreve?
Lembrando que, apesar de mantermos as iniciais em inglês e de a versão nesta língua ser toda em maiúscula, para a escrita em português, utilizamos as regras deste idioma. Nomes de doenças são substantivos comuns e devem ser escritos em letras minúsculas. Quando o nome da doença é formado por iniciais de várias palavras, a regra geral não muda, como é o caso da covid-19. Contudo, se houver um substantivo próprio compondo o nome, este deve iniciar com letra maiúscula, como em mal de Parkinson, Alzheimer e doença de Chagas.
A palavra covid é um acrônimo, que é uma forma de redução da palavra, assim como sigla, abreviatura e abreviação. Confira:
- Acrônimo: palavra formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só. Ex.: covid-19, Enem, Nasa, Unesco.
- Abreviatura: corresponde a uma letra ou a um conjunto de letras que faz parte de uma palavra e a representa na escrita. Ex.: profa., apt. ,sr.
- Sigla: palavra formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais, pronunciada letra por letra. Ex.: IBGE, INSS, UFRN.
- Abreviação: transformação de uma palavra em outra menor. Ex.: fotografia = foto
Se a redução tiver até três letras, não importa se pronunciada separada ou não, fica tudo em maiúscula. Por exemplo: OMS (Organização Mundial de Saúde) e ONU (Organização das Nações Unidas). Quando não só as letras iniciais, mas uma letra do interior da palavra fizer parte da sigla, esta letra fica em minúscula como em UnB.