Protagonismo científico da UnB é evidenciado pela decana de Pesquisa e Inovação, Maria Emília Walter, e pela diretora de Pesquisa Cláudia Amorim

 

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Na Faculdade de Ciências da Saúde, o Laboratório de Farmacognosia dá suporte à pesquisa de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A unidade dispõe de equipamentos raros em Brasília, como o Extrator Acelerado de Solvente (ASE) – tecnologia que retira extrato de plantas. Foto: Anastácia Vaz

 

Texto: Maria Emília Walter* e Cláudia Amorim**

 

Em 1962, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro propuseram para a Universidade de Brasília um modelo de educação que une a modernidade das pesquisas tecnológicas à produção acadêmica voltada para a sociedade, com o propósito de trazer melhorias para o país. A partir dessa premissa, desde então, a pesquisa institucional vem crescendo, juntamente com o impacto resultante da produção científica.

Atualmente a Universidade soma mais de 3.500 projetos de pesquisa em andamento e cerca de 600 grupos de pesquisa certificados junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nestes grupos, cerca de 20% dos docentes são bolsistas de produtividade em pesquisa. Os dados são de mapeamentos realizados pelo Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) desde 2017.

 

A infraestrutura de pesquisa instalada ao longo das décadas é ampla e sólida: possui mais de 690 laboratórios; 76 núcleos e 32 centros de pesquisa; além de 46 infraestruturas de apoio, como bibliotecas, fábricas, museus e coleções. Entre os laboratórios de pesquisa, 96 prestam serviços tecnológicos e 45 são multiusuários, com equipamentos de alta complexidade. O quantitativo de laboratórios cresceu em mais de 100% nos últimos 20 anos.

 

No âmbito da inovação, entre 2017 e 2021, duas frentes de trabalho congregaram os esforços do Núcleo de Inovação Tecnológica do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (NIT/CDT) da UnB. A primeira delas é o empreendedorismo, que em 2021 teve mais de mais de 900 alunos matriculados em disciplinas de graduação na temática; 78 empreendimentos inseridos na Multincubadora de base tecnológica, sendo 29 empresas pré-incubadas e 49 incubadas (11 graduadas, ou seja, que concluíram o processo de incubação); e 47 empresas juniores abrigadas por unidades acadêmicas de diferentes áreas do conhecimento.

 

A segunda frente refere-se à propriedade intelectual e foi responsável por 73 transferências de tecnologia. O número representa um aumento, em quatro anos, de quase 100% quando comparado às duas décadas anteriores (75 licenciamentos de 1986 a 2016). São evidências do esforço da Universidade para transformar os resultados das suas pesquisas em produtos úteis para a sociedade.

 

É importante destacar que a UnB já arrecadou mais de R$ 50 milhões em royalties, relativos a 148 transferências de tecnologia desde a criação do NIT/CDT em 1986. Ainda, foram depositadas junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) proteções nas seguintes modalidades: 255 patentes; 222 programas de computador; 26 desenhos industriais; e 71 processos de marcas institucionais.

 

Por meio do projeto Pesquisa e Inovação nos 60 anos da UnB, integrante do Programa Especial UnB 60 anos do Decanato de Extensão, o DPI vem realizando um refinamento dos mapeamentos anteriores, em uma retrospectiva histórica que visa apresentar os projetos de pesquisa em três eixos temáticos: 1) Pesquisas da UnB relacionadas a Brasília e DF; 2) Pesquisas da UnB em colaboração com instituições internacionais; e 3) Pesquisas recentes na UnB, com foco nos mais de 200 projetos de pesquisa, inovação e extensão para enfrentamento à pandemia de covid-19.

 

Pretende-se, com esta ação: gerar portfólios, evidenciando o impacto regional, nacional e internacional das pesquisas da UnB; disponibilizar informações acessíveis para as comunidades interna e externa, enfatizando os benefícios da sua forte produção científica e contribuições para inovação; e, por fim, reforçar e dar maior visibilidade ao papel social da universidade pública para a qualidade de vida e mitigação de problemas complexos da sociedade.

 

O método para levantar essas informações envolve consultas a diversas bases de dados, como: a plataforma UnB Pesquisa (http://pesquisar.unb.br/), que mostra a produção científica e parcerias; o Scival, que evidencia quantidade e impacto de publicações; a plataforma Sucupira e os relatórios do Programa Print/Capes, que contêm projetos nacionais e internacionais desenvolvidos nos quase cem programas de pós-graduação; e o repositório de projetos de combate à covid-19 (http://repositoriocovid19.unb.br/projetos/). Após a consolidação dos dados, serão selecionadas informações relevantes, dentro de um recorte temporal.

 

O projeto Pesquisa e Inovação nos 60 anos da UnB documenta e evidencia o legado passado e presente dessa Universidade, vibrante como o espaço inovador da cidade de Brasília, que a abrigou desde 1962. Em consonância com o modelo proposto por seus criadores, a UnB, por meio da produção de conhecimento, traz uma contribuição essencial para a solução de problemas e melhoria na qualidade de vida da população de Brasília, do Distrito Federal e do Brasil.

 

*Decana de Pesquisa e Inovação (DPI) da UnB.

 

**Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e diretora de Pesquisa do Decanato de Pesquisa e Inovação (Dirpe/DPI) da UnB.