Texto Kárin Ventura

 

A história da UnB se confunde com a de sua cidade-mãe, Brasília. Foram gestadas proximamente e construídas em prazos inimagináveis, para poderem, juntas, abrigar e acolher os moradores da nova capital do País. E assim como a cidade (ver Brasília em palavras, na edição especial da Darcy), a UnB também tem seu vocabulário próprio.

 

Quando de sua criação, a UnB foi dividida em institutos – que objetivavam a formação de pesquisadores e especialistas – e faculdades, com foco na formação técnica e profissional. Daí a diferença nos nomes dessas unidades acadêmicas. Com o tempo, surgiram os departamentos, que são organizados por áreas de conhecimento e vinculados aos institutos ou faculdades.

 

Andar pelos campi também é se deparar com uma infinidade de siglas¹, que se conectam intimamente com as vivências não só dos estudantes, mas de todos frequentadores da Universidade.

 

No CO – o Centro Olímpico, não o mítico centro de orientação –, alunos, professores e técnicos podem desfrutar da estrutura para praticar atividades físicas, além de atividades de ensino e pesquisa. Lá são ofertadas disciplinas de prática desportiva, a exemplo de caiaque, voleibol e ginástica funcional – que podem ser cursadas pelos estudantes e ainda garantem créditos na grade curricular.

 

Ali ao lado fica a CEU – Casa do Estudante Universitário. Inaugurada na década de 1970 e reformada nos anos 2010, a CEU abriga estudantes de fora do DF e que estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica. São dois blocos, totalizando 90 apartamentos, sendo dois deles adaptados para atender estudantes com deficiência. Também há CEU na Colina (o conjunto de habitações funcionais), essa dedicada a acolher alunos de pós-graduação.

 

Ainda no campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, os estudantes contam com 3 módulos de apoio e serviços comunitários, os MASCs – com ofertas de alimentação e serviços de reprografia e impressão. Nas faculdades de Ceilândia (FCE), do Gama (FGA) e de Planaltina (FUP), são os módulos de serviços e equipamentos esportivos, os MESPs, que acomodam serviços básicos de apoio à vida acadêmica.

 

E quando o assunto é alimentação, nenhuma “praça” faz mais sucesso do que o Restaurante Universitário – o RU. Com unidades nos quatro campi, o RU é um universo à parte. O cardápio sempre é assunto entre os estudantes e já rendeu nomes curiosos. Houve um tempo em que um dos pratos principais – feito de carne moída e vegetais – era chamado de “Silveirinha”. Conta a lenda que o nome homenageava um funcionário que caiu no moedor de carne. Cruzes!

 

Outro lugar que faz sucesso entre os estudantes é a biblioteca. A BCE – Biblioteca Central – fica no campus Darcy Ribeiro. Os demais campi contam com as bibliotecas setoriais. Em todas as unidades, a biblioteca dispõe de serviços de consulta ao acervo, empréstimos de livros, digitalização e outros serviços remotos*.

As siglas estão presentes também nas rotinas acadêmicas dos estudantes. O SIGAA – Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas – é uma das mais recentes no vocabulário acadêmico. É pelo SIGAA que os alunos solicitam a matrícula em disciplinas e podem emitir documentos como atestado de matrícula, histórico escolar e declaração de vínculo.

 

Os editais do PIBIC – Programa de Iniciação Científica – são sempre procurados por quem deseja se envolver no universo da pesquisa. Já a Semuni, a Semana Universitária, promovida anualmente em setembro, é focada nas ações de extensão.

 

As decisões que regem as atividades acadêmicas e administrativas da UnB são tomadas, principalmente, pelos conselhos superiores: o Consuni (Conselho Universitário), o Cepe (de Ensino, Pesquisa e Graduação) e o CAD (de Administração).

 

Os nomes são ressignificados pelos usuários ao longo dos anos e das gerações. Ganham apelidos, alguns carinhosos, outros pejorativos. O Instituto Central de Ciências (ICC), prédio mais icônico do campus Darcy Ribeiro, ganhou a alcunha de minhocão, em referência ao seu formato – linear, com cerca de 700 metros e colunas de concreto aparente. Os vãos do ICC, por sua vez, são chamados de udefinho (na parte sul) e ceubinho (na parte norte). Quem arrisca um palpite para a origem desses apelidos?

 

Pela rua de serviço do ICC, passava o chamado “transminhocão”, um pequeno ônibus que levava os alunos para outros prédios no campus. Ou não. Muitos dizem não passar de lenda urbana.

 

Uma curiosidade final: as salas são numeradas com base na metragem dos prédios e salas e identificadas pelos números e por letras – que referenciam o bloco (BT-168, que fica no térreo do bloco B do ICC, ou CSS-072, que fica no subsolo do ICC, nos módulos centrais) ou o edifício (PAT-036, que fica no Pavilhão Anísio Teixeira).

 

Esse universo de siglas já rendeu lendas, (des)encontros e conversas memoráveis. A Darcy quer saber a sua história: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

* É necessário verificar com as unidades as orientações para prestação desses serviços.